quinta-feira, 28 de abril de 2011

Puthus e o "Rio" de Jorge Saldanha

INTOLERÂNCIA, FALTA DE COMPANHEIRISMO E LANCHES DO MC’DONALDS


Domingo (14/04/11) assisti a animação RIO de Jorge Saldanha.
O começo do desenho prometia: muita cor, revoada de pássaros e a trilha musical belíssima.
A decepção não tardou: macaquinhos roubando turistas no Cristo Redentor, um deles faz um relógio de ouro de cinto, dançam funk e um outro personagem pede para eles fazerem “as macacadas em outro local”.
O segurança sério que deixa a seriedade de lado quando todos viram as costas e deixam o laboratório, ele arranca sua farda e está vestido de dourado pronto para o carnaval e na distração o laboratório é furtado por um garoto negro dos morros cariocas, levando o último casal de arara azul do planeta.
Esse garoto depois arrependido ajuda a recuperar as araras, sendo posteriormente “recuperado” e levado para viver com a americana “Linda” que no passado cuidou da arara azul macho (BLU), que não sabia voar e foi contrabandeada no Brasil indo parar em Minessota- EUA.
(sempre os americanos a nos salvar)
Como miséria pouca é bobagem ao sair do cinema fui ao Mc’Donalds e nas gôndolas dos bonequinhos o único disponível eram os macacos, os outros todos haviam acabado.
(Por que será???)
E o final do filme...é de chorar...de raiva...não existe solidariedade.
Blu por ter sido criado como animal doméstico e não saber voar sabe abrir todos os cadeados das gaiolas, no avião dos contrabandistas ele libera todas as aves, para em seguida ser abandonado por todos que saem em revoada, deixando-o só, ao deus dará, porque ele não sabe voar e sua companheira Jade está com a asa quebrada.
Com certeza, estou crítico, ácido, revoltado e não vejo encanto em RIO.



Puthus, o homossexualismo e o cu

Puthus, o homossexualismo e o cu


Eu não ligo se o meu filho for viado. Não ligo mesmo. Eu ligo ser ele for aidético. Ah! Isso eu ligo e muito, porque deve doer, deve doer o preconceito dessa sociedade mesquinha que em cada esquina nos espreita com o genocídio em punho. E não é que eu tenha um preconceito imbecil, achar que a aids é castigo pra homossexual.
O preconceito dói mais que dar o cu.
Porque dar o cu é algo pra viado, prostituta ou gente que não presta, assim pensam muitos em nossos dias.
O cu é tão falado e temido que é sagrado.
Todo escritor que se preza já escreveu sobre o cu.
Eu liberto o cu agora, pra ver se escrevo melhor depois. Falar do cu não é pra qualquer um, tem que ter peito. Botar o cu na capa do disco. Tom Zé. Mandar com gosto alguém tomar no cu, não é pra qualquer um. Mandamos. E muitas pessoas vão.
Devia existir o dia do cu. Feriado Nacional. Distribuição gratuita de vaselina. Apoio governamental. Ou será que já está instaurado.
O dia do cu é todo dia e salve o que puder, souber ou quiser.
É uma bandalheira! E eu danço!

Puthus para um blog doce

Você queria uma poesia, te fiz um texto. Um texto de demônios. Seu blog é doce, seus textos são doces, eu vislumbro neles o princípio de demônios. Eu queria ver, pegar, sentir e colocar os seus e os meus todos juntos. Não ia dar, né?
Embaixo de tanto doce, eu vislumbro um azedo sem fim. Ele estava na “menina de classe média baixa com oportunidade”, estava ali: eu vi. E gostei, fiquei querendo mais textos que saem dos ovários, gritados e fudidos. São os melhores. Porque ninguém se fode como a gente. O mundo inteiro pode estar fudido: guerras, tiros, bombas, fome. A nossa foda é única. Ninguém passa o que eu passo no trabalho. Ninguém passa o que você passou com a “sombrinha pingando”.
Tinha tanto demônio naquela sombrinha, vieram com a poluída chuva de São Paulo, respingaram em carpetes de luxo, os demônios são assim, ousados, escorrem onde acham oportunidade e naquela manhã estavam com você, se precipitaram na sombrinha, alguns agarraram seu braço, sua mão e sua caneta e mancharam o papel com tanto ódio que atravessaram essa barreira para se fixar na minha retina.
E estão voltando agora nesse comichão dos infernos pra dizer: Vai!
E que borrem os papéis, as paredes, que venham sangrando, esbravejando e não se fixam em nada.
Porque agora eu acredito: só eles sabem.

faz tempo que não estou mais aqui

faz tempo que eu não estou mais aqui
na matéria está tudo certo
ponto marcado
presenças justificadas
entrada e saída
final de semana
férias e tudo mais...

faz tempo que estou ausente daqui
minha ausência é toda justificada
horas voando por aí
habbeas corpus
perfeito

pensamento num  desvão
são horas analíticas
no corpo apresentado
uma alma livre
dentro do cinza de espessas paredes
não precisam me tirar
eu já sai

eu já sai
faz tempo que eu voei
perceberam, oh,
mas me deixam por aí
como a arranhar minha pele
beliscar o meu rosto
é um velório
só um corpo
e um alguém que já esteve aqui


Puthus com ácidas palavras

Ácidas palavras
Essa inveja
Da fala
Do sorriso
Do que temos
Então

Do que você
Nunca vai ter
Por que não vai
Tentar, então

Essa inveja
Sem sorriso
Sem sentido
Muito vazia
Então

Essa inveja: (é foda)
Não é das boas não
É das corrosivas
Espalhadas
Pegajosas
Das que te botam no chão
É maliciosa
Dolorida
E você
Deve enfia-la no cu
Então!

Essa inveja: (é foda)
Do sapato
Do sorriso
Do olho

Do notebook
Do gesto
Do pensamento

Do carro
Da perna
Da graduação

Do apartamento
Da poesia
Da palavra

Então,
22/06/2010
(acho que a parte a seguir se complementa com a de cima – tempos diferentes, mas, o mesmo assunto)

Velhos
Decrépitos
Rostos murchos
Corpos gordos
Velhos
Decrépitos
(sacos murchos)
Pensamentos pequenos
Fogueira das vaidades
Há um desacerto
Um descompasso

E
Eu ainda quero
Eu ainda brigo com deus
Água e óleo
Dentro do mesmo copo
Ácidas palavras
Atestados
Médicos
Horas de folga
Férias
Licenças
Eu não aqui
Ácidas palavras
Pouca grana
Pouco tudo
Ácidas palavras

Tudo é tão pessoal
Remexo-me
Músculos em profusão

Essa palavra
Não me ajuda a ser
Corpos
E pensamentos
Em decomposição

O mundo está tão normal
Você não percebeu?
Meus amigos
Meus filmes
Escritos e
Amores ( e livros)
Aqui no meu coração
Não foi nada
Ácidas palavras
E de repente
Está tudo tão normal
Ácidas palavras
Vítimas de corrosão
Ácidas palavras
Um corpo no chão
Não são nada.
Não foi nada
Não se preocupa
Então,

Ácidas palavras
Vem do teu estômago
Gástrico
Gastritônico
Ácidas palavras
Vem do chão
Sua cabeça é só capim
Blocos sem sedimento
E ácidas palavras
Você morreu.
Então?





Puthus e o Ciúme

ELE
Será que ele a encoxava na pia da cozinha
Ela com uma cebola na mão
E a faca na outra
Vadia gloriosa
Sem medo
Os filhos na escola
Ou com ex marido
A porta da geladeira aberta
Um sorriso de vagabunda:
Quer apresuntado? Cerveja?
Ele olha os peitos grandes
O decote da blusa
As rugas na cara
O dente preto
Efeito do remédio
De noites de tédio
E falta de grana
Sorrindo no Orkut
É na foto de família
Que família?

Ela perdida em hotéis
Na parte podre de são Paulo
Tantas tardes
Ele jovem, menino
Sexo
Não, amor
Desterro
Um encontro em colchões estrangeiros
Cheiro de sexo
Traição
Sorriso de vagabunda
Um feto
Uma dança
Não me toque
Meus filhos
Mais um natal
Mais um ano novo
Outro enterro
Mais chuva
Outro verão
Praia
Interior de são Paulo
Cães ladrando
Morrendo
Envenenando-se
Saliva de cão na minha cara
Na boca
Nesse colchão
Relato policial
‘Não temos quem foi’
Confundiram meu nome
Meu remédio
Minha dor
Aplicaram errado
Letargia de uma vida sem sentido
A porta da geladeira fechou
O sorriso engastou
Só ferrugem
E um dente podre que sobrou












Puthus: Quem sou eu? Parte 1

A BUSCA CONSTANTE

Psicografado pelo espírito Puthus

O início

Reencarnei ao contrário. É... Reencarnei ao contrário. Nasci no ano de 2069 e faleci em 2089. Vinte aninhos, jovem, puro. Cheio de planos e idéias na cabeça. Não tinha namorada fixa. Os anos em 2069 eram anos estranhos. 100 anos da chegado do homem à lua. Eu morava no Piauí, Capital do Brasil. É. Vocês do passado vão dizer, meu deus! Piauí, capital do Brasil. É isso mesmo. No ano de 2038, descobriram uma jazida gigante de minério, a maior do mundo, além de vários pontos de petróleo e o maior bolsão de gás da história da humanidade, o que possibilitou uma ascensão econômica incrível ao nosso país, pela escassez de petróleo no mundo. Embora nesses anos a maioria dos carros são elétricos. Incrível. Por ocasião do meu falecimento eu estudava na famosa Universidade Federal do Piauí (UFPI), estava no quarto ano de economia cibernética, com especialização em fundamentos cibernéticos, sob a ótica freudiana russa de 1926. É, eu sei, “tempos estranhos”, com cursos mais estranhos ainda, tempos holísticos. Só pra lembrar: o mundo NÃO ACABOU em 2012. Como temiam os abutres de plantão, tinha água a dar com o pau, rios, cachoeiras, tudo limpo e cristalino, funcionando às mil maravilhas. O detalhe é que após o meu falecimento muitas coisas aconteceram: boas e ruins, mas eu não queria ficar no limbo, não queria aguardar, queria voltar e rápido. E num erro, na “maquininha do tempo”, Mr. Peter (São Pedro), me manda para 2016. Acredito que nada é por acaso. Venho para ver e entender as complexidades de um passado que eu detestava. Pra vocês terem uma idéia eu não visitava nem museus.
Então, reencarnei. Ao contrário, sabendo tudo o que aconteceu. Argh!!! (Devo dizer que estou péssimo).
Aliás, aproveito para sarafar a expressão “reencarnar ao contrário”, que foi amplamente usada por uma importante cineasta dos anos 20 (2020) – Ah, o nome dela é Ana Cristina da Silva, num curta do início da carreira dela, o Valentin, essa expressão foi utilizada por ela e muito copiada e plagiada pelos colegas. Alguns pediam autorização para usar, outros foram na roubalheira mesmo, sem pudor. Que se recusavam em perceber o gênio que tinham ao lado. Às vezes acho que aconteceu o mesmo comigo. Fui mal compreendido.
No ano que nasci, tudo era muito diferente, muito legal. As pessoas entendiam as coisas que nós falávamos, não precisávamos ficar explicando e a publicação de livros de auto ajuda diminuiu muito, inclusive com um número cada vez mais decrescente de vendas, não precisávamos de tantas complexidades para explicar as coisas, tudo era muito simples.
Mas, talvez por não entender o tempo em que eu vivi, talvez e tão somente por isso tive que voltar no tempo e agora e estou aqui, para o bem ou para o mal.