Você queria uma poesia, te fiz um texto. Um texto de demônios. Seu blog é doce, seus textos são doces, eu vislumbro neles o princípio de demônios. Eu queria ver, pegar, sentir e colocar os seus e os meus todos juntos. Não ia dar, né?
Embaixo de tanto doce, eu vislumbro um azedo sem fim. Ele estava na “menina de classe média baixa com oportunidade”, estava ali: eu vi. E gostei, fiquei querendo mais textos que saem dos ovários, gritados e fudidos. São os melhores. Porque ninguém se fode como a gente. O mundo inteiro pode estar fudido: guerras, tiros, bombas, fome. A nossa foda é única. Ninguém passa o que eu passo no trabalho. Ninguém passa o que você passou com a “sombrinha pingando”.
Tinha tanto demônio naquela sombrinha, vieram com a poluída chuva de São Paulo, respingaram em carpetes de luxo, os demônios são assim, ousados, escorrem onde acham oportunidade e naquela manhã estavam com você, se precipitaram na sombrinha, alguns agarraram seu braço, sua mão e sua caneta e mancharam o papel com tanto ódio que atravessaram essa barreira para se fixar na minha retina.
E estão voltando agora nesse comichão dos infernos pra dizer: Vai!
E que borrem os papéis, as paredes, que venham sangrando, esbravejando e não se fixam em nada.
Porque agora eu acredito: só eles sabem.
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