Essa inveja
Da fala
Do sorriso
Do que temos
Então
Do que você
Nunca vai ter
Por que não vai
Tentar, então
Essa inveja
Sem sorriso
Sem sentido
Muito vazia
Então
Essa inveja: (é foda)
Não é das boas não
É das corrosivas
Espalhadas
Pegajosas
Das que te botam no chão
É maliciosa
Dolorida
E você
Deve enfia-la no cu
Então!
Essa inveja: (é foda)
Do sapato
Do sorriso
Do olho
Do notebook
Do gesto
Do pensamento
Do carro
Da perna
Da graduação
Do apartamento
Da poesia
Da palavra
Então,
22/06/2010
(acho que a parte a seguir se complementa com a de cima – tempos diferentes, mas, o mesmo assunto)
Velhos
Decrépitos
Rostos murchos
Corpos gordos
Velhos
Decrépitos
(sacos murchos)
Pensamentos pequenos
Fogueira das vaidades
Há um desacerto
Um descompasso
E
Eu ainda quero
Eu ainda brigo com deus
Água e óleo
Dentro do mesmo copo
Ácidas palavras
Atestados
Médicos
Horas de folga
Férias
Licenças
Eu não aqui
Ácidas palavras
Pouca grana
Pouco tudo
Ácidas palavras
Tudo é tão pessoal
Remexo-me
Músculos em profusão
Essa palavra
Não me ajuda a ser
Corpos
E pensamentos
Em decomposição
O mundo está tão normal
Você não percebeu?
Meus amigos
Meus filmes
Escritos e
Amores ( e livros)
Aqui no meu coração
Não foi nada
Ácidas palavras
E de repente
Está tudo tão normal
Ácidas palavras
Vítimas de corrosão
Ácidas palavras
Um corpo no chão
Não são nada.
Não foi nada
Não se preocupa
Então,
Ácidas palavras
Vem do teu estômago
Gástrico
Gastritônico
Ácidas palavras
Vem do chão
Sua cabeça é só capim
Blocos sem sedimento
E ácidas palavras
Você morreu.
Então?
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